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A História do Contrabaixo

O contrabaixo acústico é um instrumento de cordas friccionadas que pertence à família dos instrumentos de cordas graves, juntamente com o violoncelo.

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A Viola da Gamba

Seu nome vem do italiano "viola da gamba", que significa "viola das pernas". Acredita-se que a viola da gamba tenha surgido na Espanha ou em Portugal, durante o século XV, como uma evolução da viola de mão, um instrumento de cordas dedilhadas muito utilizado na música medieval. A viola da gamba era considerado um instrumento de elite, utilizado principalmente na música de câmara e orquestral. 

Entre os séculos XVI e XVII a viola da gamba se tornou muito popular na Europa, especialmente na Inglaterra, França e Alemanha. Ela era utilizada tanto em grupos de câmara como em orquestras, e era muito apreciada por sua sonoridade suave e doce. A viola da gamba possuía geralmente seis cordas e um formato semelhante ao de um violão, mas era maior e mais profunda. ​Durante o período Barroco, a viola da gamba era um dos principais instrumentos utilizados na música de câmara e orquestral, especialmente na execução da linha de baixo. No entanto, com o passar do tempo, os músicos começaram a sentir a necessidade de um instrumento capaz de produzir um som mais potente e com maior projeção sonora, foi então que surgiu o violone.

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O Violone

O violone surgiu como uma evolução do viola da gamba. Inicialmente, o violone tinha o mesmo tamanho e afinação da viola da gamba, mas ao longo do tempo foi sendo desenvolvido para se tornar um instrumento mais profundo e com um som mais grave

Curiosidades...

1ª. O violone foi um dos primeiros instrumentos a utilizar o sistema de afinação por cordas soltas, que é amplamente utilizado hoje em dia em instrumentos de cordas friccionadas.

2ª. Durante o século XVII, o violone era considerado um instrumento muito versátil e era frequentemente utilizado para tocar a linha de baixo na música orquestral e de câmara, mas também era utilizado como instrumento solo em algumas obras.

3ª. O violone possuía geralmente três ou quatro cordas, mas existiam modelos com até seis cordas. As cordas mais graves eram feitas de tripa de animal, enquanto as cordas mais agudas eram feitas de seda ou de arame.

4ª. O violone era frequentemente utilizado em conjunto com outros instrumentos de cordas friccionadas, como o violino, a viola e o violoncelo, para formar um conjunto conhecido como "violoncello da spalla".

5ª. O termo "violone" significa "grande viola" em italiano, e foi utilizado pela primeira vez para se referir ao instrumento no século XVI.

6ª. O violone era frequentemente utilizado como instrumento de acompanhamento na ópera, mas também era utilizado em outras formas musicais, como a sonata e a suíte.

7ª. O som do violone era geralmente mais grave e mais suave do que o do contrabaixo moderno, mas ainda assim era bastante potente e capaz de produzir um som rico e expressivo.

Origem e Evolução do Contrabaixo Acústico:

 

A origem do contrabaixo acústico remonta ao século XVI na Europa, quando a necessidade de um instrumento com uma sonoridade mais profunda e poderosa levou ao desenvolvimento do violone. O violone era um instrumento da família das violas da gamba, mas com um braço mais curto e um tampo de madeira mais resistente para suportar a pressão das cordas.

 

Durante o século XVII, o instrumento passou por modificações e refinamentos para se adaptar às novas demandas musicais. Nessa época, começou a ser utilizado como instrumento de baixo contínuo, acompanhando o restante do conjunto musical nas diferentes cortes reais europeias.

 

No século XVIII, com o avanço da luteria italiana, o formato atual do contrabaixo acústico começou a se estabelecer. O instrumento foi padronizado com um corpo de formato semelhante ao do violino, com tampo harmônico, costelas e fundo em madeira. As características físicas e técnicas foram sendo aprimoradas ao longo do tempo, estabelecendo o contrabaixo acústico como o instrumento de escolha para as secções de baixo nas orquestras e conjuntos de música de câmara.

 

História e Principais Compositores:

 

O contrabaixo acústico tem desempenhado um papel fundamental na história da música ocidental, sendo amplamente utilizado por compositores renomados em suas obras. Alguns dos principais compositores que escreveram partes significativas para o contrabaixo acústico incluem:

 

  • Johann Sebastian Bach: Bach escreveu peças para violoncelo solo que também podem ser executadas no contrabaixo acústico, como as famosas Suítes para Violoncelo Solo. Essas peças demonstram a versatilidade e a adaptabilidade do instrumento.

 

  • Ludwig van Beethoven: Beethoven explorou as capacidades expressivas do contrabaixo em suas sinfonias, com partes de destaque para o instrumento, proporcionando uma base sólida e uma riqueza harmônica aos seus arranjos orquestrais.

 

  • Wolfgang Amadeus Mozart: Mozart também utilizou o contrabaixo acústico em suas composições orquestrais, como em suas sinfonias e óperas. O instrumento desempenha um papel fundamental nas linhas de baixo, adicionando profundidade e sustentação ao som do conjunto.

 

  • Richard Strauss: Strauss escreveu passagens desafiadoras para contrabaixo em algumas de suas obras, notavelmente na famosa ópera "Elektra" e na orquestra de "Don Quixote". Essas passagens destacam o virtuosismo e a capacidade expressiva do instrumento.

 

  • Igor Stravinsky: Stravinsky foi um compositor inovador e também explorou as possibilidades sonoras e técnicas do contrabaixo acústico em suas obras, como em "A Sagração da Primavera" e "Petrushka". Suas composições exigem habilidade técnica e versatilidade do contrabaixista.

 

Principais Contrabaixistas:

 

Ao longo dos séculos, vários contrabaixistas notáveis contribuíram para a história e a evolução do instrumento. Alguns dos principais contrabaixistas incluem:

 

  • Domenico Dragonetti: Dragonetti, um contrabaixista italiano do século XVIII, foi um dos primeiros virtuosos do instrumento. Ele viajou extensivamente e fez inúmeras apresentações ao redor do mundo, atraindo a atenção de compositores famosos como Beethoven e Rossini.

 

  • Giovanni Bottesini: Bottesini, também um italiano, foi um dos mais famosos contrabaixistas do século XIX. Ele era conhecido por sua técnica virtuosística e suas composições para o instrumento. Bottesini expandiu as possibilidades técnicas e musicais do contrabaixo acústico e se tornou uma grande influência para as gerações subsequentes de contrabaixistas.

 

  • Gary Karr: Karr, um contrabaixista americano do século XX, é considerado uma das figuras mais influentes na história do contrabaixo. Ele é conhecido por suas performances expressivas e emotivas, explorando todo o potencial expressivo do instrumento. Além de suas performances, Karr também trabalhou como educador, escrevendo livros e ministrando workshops para compartilhar seu conhecimento e paixão pelo contrabaixo.

 

  • Edgar Meyer: Meyer, um contrabaixista e compositor americano contemporâneo, combinou o estilo clássico com influências do jazz e da música popular. Ele explorou as fronteiras da música de câmara e colaborou com músicos de diversos gêneros, expandindo as possibilidades musicais do contrabaixo acústico.

 

  • Renaud Garcia-Fons: Garcia-Fons, um contrabaixista francês, é conhecido por suas técnicas e estilos inovadores, misturando influências do jazz, da música cigana e de sons étnicos em seu trabalho. Ele é um exemplo de contrabaixista que busca explorar novos sons e expandir o papel do instrumento em diferentes gêneros musicais.

 

Evolução Moderna do Contrabaixo Acústico:

 

Na evolução moderna do contrabaixo acústico, vários desenvolvimentos têm influenciado a forma como o instrumento é tocado e utilizado. Alguns exemplos incluem:

 

  • Técnicas estendidas: Contrabaixistas têm explorado técnicas estendidas, como o uso do col legno (tocar com a madeira do arco), o uso de harmônicos, técnicas de arco diferenciadas e o uso de técnicas percussivas no corpo do instrumento. Essas técnicas adicionam variedade de timbres e efeitos sonoros às performances.

 

  • Fusões musicais: Muitos contrabaixistas têm explorado a fusão de gêneros musicais, incorporando elementos de jazz, música latina, música tradicional e outros estilos em suas interpretações. Essa exploração permite uma maior versatilidade musical e expande as possibilidades do instrumento em diferentes contextos musicais.

 

  • Composições contemporâneas: A música contemporânea tem demonstrado um crescimento no interesse pelo contrabaixo acústico, proporcionando oportunidades para contrabaixistas colaborarem com compositores contemporâneos e expandirem os horizontes do instrumento. Essas composições frequentemente desafiam as habilidades técnicas e expressivas do contrabaixista, levando o instrumento a novos horizontes.

 

  • Amplificação e efeitos: Com o avanço da tecnologia, contrabaixistas têm utilizado amplificadores e pedais de efeitos para modificar o som do instrumento. Isso permite uma maior flexibilidade e abertura para explorar uma variedade de texturas e possibilidades sonoras no contrabaixo acústico.

 

A evolução moderna do contrabaixo acústico tem permitido uma maior flexibilidade interpretativa e abertura para explorar novas possibilidades musicais. Contrabaixistas continuam a desempenhar um papel vital na música orquestral, música de câmara e outros contextos musicais contemporâneos, expandindo constantemente os horizontes do instrumento.

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